Tenho andado tão focada em mim, que pensei em partilhar os rituais que me têm curado aos poucos e me têm feito sentir muito mais em paz, muito mais eu. A batalha diária de construírmos o nosso ser interior, de nos livrarmos de qualquer energia que nos afeta, de qualquer toxicidade, de florescermos, não é algo que aconteça da noite para o dia, não é algo que dê frutos de um dia para o outro. É algo devagar e subtil, ao seu tempo, ao seu ritmo, como deve ser. Aprender a ser paciente, a ter equilíbrio, a calar o mundo e ouvir o eu, a ter calma e a saber respirar e sentir. No fundo aprendemos tudo outra vez, nascemos de novo.
Encaro isto como uma semente de uma flor bonita, a semente que coloco na terra é a da coragem e força de vontade de começar, é importante regá-la, todos os dias, com persistência, carinho, coragem uma vez mais. Não perder a calma e saber respirar é essencial. Não vamos conseguir estar aptos a enfrentar o mundo a toda a hora, e está tudo bem. Há alturas em que desabamos, outras em que só respiramos confiança. Faz parte do processo.
No fundo, tudo o que estou a aprender é a calar o mundo e a ouvir-me a mim. Acho que é o mais difícil. Somos influenciáveis, inconscientemente temos a necessidade de nos sentirmos aceites por entre as pessoas que nos rodeiam, o ser humano é mesmo assim. A família, os amigos e pessoas mais próximas também constroem o nosso ser, desde sempre, tudo o que somos devemo-lo, também, às pessoas que estão e que passam por nós, deixando aprendizagens boas ou más.
Muitas vezes achamos algo errado, questionamo-nos acerca de certa atitude ou ato ou sentimento. Mas, por as pessoas em redor o fazerem, o acharem correto, não determina de que tu, como pessoa individual, não tenhas opinião própria, mesmo que vá contra os princípios e ensinamentos que tiveste durante a vida inteira. É isto que é difícil, desfazeres-te de uma identidade que criaram para ti, por ainda não teres a autonomia de o fazeres sozinho, de o pensares por ti. É por isso que se diz que as pessoas crescem, porque deixam de depender dos outros, deixam de seguir os passos de alguém e começa a caminhar sozinhos, desenvolvem opinião própria e vontade própria.
Desde que me sinto crescer aos poucos, que me sinto presa ao que toda a gente acha, toda a gente diz, toda a gente pensa, toda a gente faz. Foi preciso ganhar muita coragem para enfrentar o mundo e querer crescer como deve ser, como eu quero, como eu penso, como eu acho. Tudo isto pode durar algum tempo, e realmente, quando não estamos bem, as coisas dão para o torto e a vida mostra-nos que, primeiro, a transformação vem de dentro.
Não podendo mudar algumas mentalidades em redor de mim, e respeitando-as como gostaria que respeitassem a minha, tenho aprendido a desprender-me de energias que me intoxicam, que me puxam para baixo, que me fazem virar costas ao caminho que pretendo seguir. Não é necessário gritaria desnecessária, nem gastos de energia a querer contrariar o outro, deixemos estar, entra por um ouvido e sai pelo outro, o orgulho não se deve sobrepor ao nosso bem estar interior. Somos muito mais. Daí dizer que, primeiro, calamos o mundo para nos ouvirmos e, depois, tudo se tornará mais claro.
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Querida Joana, leio o teu texto com um carinho enorme.
ResponderEliminarHoje sinto um arrependimento muito grande por não ter tido a coragem de ter feito algumas mudanças precisamente com medo de desiludir o mundo exterior sem nunca me preocupar com o MEU mundo, aquele que existe dentro de mim! E hoje percebo que foi o maior erro de sempre. Foi calar a minha voz! Hoje tento remediar isso, mas é tão mais complicado... há mudanças tão difíceis de corrigir.
Admiro-te por teres feito as coisas à tua maneira e fico feliz por te sentires bem e equilibrada! É uma bênção essa paz de espírito!
Obrigada por partilhares com o mundo tudo isto!
Fica bem 🙏🌼💛
Olá querida Carolina,
EliminarO agora é o momento certo para fazeres essa mudança, devagarinho, começando por fazeres o que queres e o que sentes sem dar ouvidos ao que os outros têm a dizer sobre isso. Eu também ainda estou a dar esses pequenos passos para me permitir crescer. Muita coragem, borboleta 🦋🧡✨
Que nome carinhoso, borboleta! Senti-me a começar a voar, agora!
EliminarUm beijinho, Joaninha querida <3
Tive um dia difícil e não imaginas o quão bem me soube ler isto.
ResponderEliminarSempre defendi que me devia ouvir, mas tenho sentido que me tenho desleixado um bocadinho de mim, por isso, obrigada <3
E que continues, tão de bem contigo, a ir em frente e alcançar o que desejas, porque serás sempre a pessoa mais importante da tua vida!
Grata por este carinho Mary 🙏🏻🌻
EliminarSem duvida que as energias à nossa volta nos influenciam, e por vezes, mais vezes do que o que queremos, não conseguimos parar para as alinhar...Gostei muito deste post!
ResponderEliminarComo já disse nos comentários da tua publicação anterior este ano decidi que estava na altura de viver um pouco mais em mim e aproveitar o meio que me rodeia, aos invés de ficar tão presa ao digital. No entanto apesar de me sentir mais livre, o que não disse foi que esta conexão com a natureza é bem mais complicada do que gostava que fosse. Por vezes sinto-me um pouco à toa e por todo o lado. Mas estou a adorar este processo de aprender a sentir e a aceitar quem sou e que respeitar o nosso tempo é o mais importante. Assim como sermos fieis às nossas energias.
ResponderEliminarObrigada por teres sido o empurrão que precisava para iniciar este processo maravilhoso.
Obrigada por me teres deixado fazer parte dele 🙏
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