O mais importante não é isto

quarta-feira, 6 de março de 2019

#bestphotoever #photographers #fhotographer #ensaiofotográfico #instapose #photgraphy #lightroom #t3i #photolove #instaphotomatix

Sai um bocadinho daqui, do ecrã, da vida que não existe mas que se insiste e persiste tanto tempo e energia nela, que absurdamente se vai tornando mais e mais importante para o mundo.

Não passes tempo a ver stories cínicas sobre a vida dos outros, não estejas para aí a distribuir likes para encher o ego de alguém de nada. Como se o nosso coração transbordasse se tivermos o máximo de likes de todas as pessoas que existem num mundo que não existe. Pensar que há 10 anos os telemóveis não eram primordiais ao ponto de ser a primeira coisa a "não esquecer em casa" ao invés das chaves. Pensar que, há 20 anos, o que as pessoas faziam quando estavam aborrecidas ou apenas porque gostavam era ouvir música com um leitor de CDS portátil ou ler um livro mesmo que já o tenham lido milhentas vezes.

Pensar que hoje a nossa extensão como ser humano é o smartphone e toda a tecnologia que nos molda - e não, não nos une. Estamos cada vez mais sozinhos, frios, mecanizados. Mexer no telemóvel tornou-se um refúgio tão absurdo que parece crime não o ter, esquecer-me dele em casa, ou simplesmente não ligar nenhuma a esse aparelho que, apenas há uns anos atrás, nos era dispensável. Porquê agora? Porque é que isto se tornou tão valioso e rotineiro, tão automático procurar fazer tempo no telemóvel, quando o que realmente se faz é gastar o tempo. Com nada, na verdade.

Imaginando que, um dia viajamos para um sítio bonito e que, felizmente, não está tão avançado em termos tecnológicos, então ainda se vê a população ter um comportamento como há 20 anos atrás. Imaginando que, durante essa viagem bonita perdemos o telemóvel, por aí. Imaginando que, estando num sítio desprovido de tecnologia, não conseguirás comprar qualquer equipamento desse género. Imaginando que terás que passar o resto do tempo sem essa extensão que nos impuseram. E agora? Brecamos sem as selfies, sem as postagens, as cuscuvilhices da vida dos outros, os likes que nada nos dão? Será? Vamos experimentar? Talvez a morte não seja certa, porque afinal, apenas há uns anos atrás, era dispensável.

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  1. Uma das coisas que mais me irrita é ir jantar com alguém e a pessoa não largar o telemóvel. Nossaaaa..

    http://sonhamasrealiza.pt

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  2. Acho que esse, é mesmo um dos momentos obrigatórios em que as pessoas deviam deixar o telemóvel na mala... Quando estamos com alguém, devemos estar.

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  3. Gostei muito de ler esta perspectiva. Cada vez mais sinto uma certa aversão pelo telemóvel e pela forma como nós usa (ao invés de sermos nós a usá-lo). Se toda a gente estivesse consciente da verdadeira influência destes aparelhos no nosso cérebro e consequentemente, bem-estar, talvez tivessem mais cuidado e não andassem coladas a ele. Felizmente, os meus amigos não pegam no telemóvel à mesa e os nossos convívios costumam ser livres de tecnologia desnecessária mas vejo, por exemplo no trabalho, como os telemóveis afectam as relações. Há que saber fazer escolhas e ainda que esteja mais afastada do Instagram, recentemente não perco a oportunidade de ler blogs como o teu. Gostei muito!
    Beijinhos,
    Mara

    https://hamaremara.blogspot.com/

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  4. Isto, isto, isto!
    Há tanta coisa por fazer, por ver, por sentir e apenas passamos horas e horas de olhos postos no ecrã. E contra mim falo, que sinto que também passo tempo desnecessário com o telemóvel. No entanto, tenho vindo a deixá-lo mais de lado, nas refeições é impensável pegar nele, as nossas pessoas merecem estar connosco, estar no verdadeiro sentido da palavra e isso é tão mais importante do que tudo, os momentos no café com os amigos na conversa, tudo é tão melhor que um scrool pelo feed do instagram...
    Está na hora de vivermos, desapegarmos-nos de realidades que não o são tanto assim e viver, connosco, com os nossos e com a Natureza.
    Beijinhos

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  5. Percebo esse teu sentimento e necessidade de afastar deste meio... Apesar de ser algo com muitas vantagens, onde podemos aceder a qualquer informação ou saber de alguém à distância de um click, também nos prende. Não nos permite viver o que nos rodeia, nem sintonizar as nossas emoções com pessoas palpáveis. Deixamos de conseguir sentir com a mesma intensidade porque toda a nossa atenção está em volta das redes e o nosso foco e preocupações passam a ser direccionados para um ecrã inanimado, que a única energia que troca com o nosso corpo é tóxica. Cada vez mais percebo que "O mais importante não é isto", porque lá fora existe todo um Mundo para explorar que nos dá mais conhecimento, boas energias, experiências e felicidade, que apenas um ecrã onde está tudo encaixotado num pequeno compartimento que não nos permite movimentar e sair da nossa zona de conforto. E portanto, tenho andado mais afastada de todo este meio social que me prendia e estimulava a arranjar mil desculpa para não fazer o que queria fazer, porque ficar colada a um ecrã era mais rápido e mais fácil. Agora primeiro vou fazer tudo o que quero e tenho que fazer lá fora e só depois, se tiver tempo, é que venho para o ecrã explorar o meio social. Uma ótima forma que arranjei para controlar isto, foi colocar um cronómetro de tempo de utilização nas redes sociais, assim se terminar o tempo de utilização estipulado sou notificada que o tempo para estar ali terminou e que está na altura de ir viver um pouco. Gostei muito desta mudança que decidi fazer no meu quotidiano, sinto-me mais livre e com oportunidade de ser mais eu.

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