Mudanças

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

woman raising her both hands

Arrumar a bagagem. Juntar tudo o que era de ontem e colocar de parte, para desocupar. Varrer o nosso espaço dos medos e receios e arrumar as prateleiras do nosso coração. Tirar as coisas que não nos fazem falta das gavetas da mente e limpar o pó aos sonhos que temos em nós.

Ontem, tudo fazia sentido: a camisola que trazia vestida, a secretária organizada, os livros arrumados por ordem, o meu pequeno-almoço preferido de todos os dias, a música que oiço sempre no autocarro, a forma como arrumo os sapatos, a maneira como encaro as situações. Bem, vocês estão a entender.

Hoje, parece que olho para trás e não me reconheço: não me apetece vestir a mesma coisa que vestia antes, tenho andado a gostar de ter os livros espalhados pelo quarto e a secretária num caos (a condizer com o meu dia-a-dia). Ultimamente, tem-me andado a apetecer comer panquecas ao pequeno-almoço em vez de torradas, descubro músicas novas todos os dias, tenho andado a pensar em dar as coisas que não uso e questiono-me acerca do modo como vejo o mundo. Caraças, já não sou a mesma pessoa. E eu sinto o meu corpo e toda a minha alma a gritar para que algo mude.

Antes, só vestia a melhor camisola de lã quando achava que iria ser um dia especial, assim como os sapatos mais bonitos ou brincos ou outra coisa qualquer. Agora só me apetece vestir tudo o que tenho de melhor todos os dias, e arranjar-me para mim própria e andar o mais confortável que conseguir. Antes, tinha um apego avassalador às coisas pelo significado que têm em diversas fases da minha vida (que ainda não está totalmente ultrapassado) mas o pensamento é: se eu não uso, só está aqui a ocupar espaço. E não, não se deita nada fora, dá-se a quem precisar. Antes, fugia dos romances a sete pés, achava-os lamechas e pirosos, agora só ando à procura de história de amor pelas estantes das livrarias. Antes, via que queria tudo feito, agora, só me apetece criar tudo aquilo de que preciso. Antes, evitava o chocolate mais do que qualquer outra coisa, agora tenho um desejo tão grande que já nem quero saber.

Há uma voz na nossa cabeça, é a nossa própria voz, a que temos realmente que aprender a ouvir. Não me importo se ninguém concordar comigo, ou se dizem que o que faço ou deixo de fazer é irracional - e ainda bem, porque desta vez eu só quero sentir e seguir a minha intuição. Sabem aquela frase cliché "faz mais o que te faz feliz" ? É, estou a seguir o conselho.

Tenho vivido em prol do que me vem à cabeça no momento. Sem precipitações - nem tanto. Estou a mudar, e muito, e o mais assustador é que estou a dar por ela. No entanto, quero ter a certeza de que estou a criar-me e a evoluir da maneira que mais me faz sentido. Como é que isso se faz? Fazendo o que nos der na real gana e ouvindo o que nós próprios nos temos a dizer.


Ah! Já agora, passem por aqui e vejam o que a Vânia vos tem a dizer sobre esta coisa de mudar sem razão. ❤

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  1. Soltei um sorriso quando vi este teu post, porque lembrei-me logo da tua pergunta no instagram. E claro, da minha resposta (que coincide com o título).
    Sempre gostei de acreditar, seja correto ou errado, que a mudança faz parte do que somos e se estamos a mudar é porque estamos a viver experiências constantemente ao longo da nossa vida que nos "obrigam" a evoluir. Eu abraço a mudança com um carinho muito especial porque, por norma, guia-nos para caminhos que transparecem o que somos e fazem jus aos nossos objetivos.

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    1. Já andava há algum tempo a matutar com este tema e, agora, achei que era o momento ideal para o partilhar! Acho "mudança" uma palavra forte e bonita para representar o ano, Inês. Não sei se será a minha, mas já a adotei, de alguma forma ❤

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    2. Este ano quero abraça-la ainda mais que todos os anos, sinto que vai ser um ano de grandes reviravoltas na minha vida e portanto acho que não há melhor aceitação que ajudar a dar uns empurrões nesse sentido!
      Concordo contigo, é uma palavra forte, mas de certa forma também será uma das tuas palavras do ano. Talvez não seja a única, mas fará parte!

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  2. Constantemente, estamos a mudar e isso é muito bom. O que gostava ontem, já não gosto muitas vezes, hoje. E o que não tolerava ontem, hoje já tolero melhor. Vamos crescendo e aprendendo que não há mal nenhum em mudarmos, porque significa que estamos aprendendo algo. E as mudanças muitas vezes são necessárias. Gostei imenso deste post Joana! Revi-me em muito do que disseste. Beijinho :D

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  3. A mudança é importante e nem todas são negativas, muito pelo contrário. Então quando mudamos por nós, pelo que queremos naquele momento, pelo que sentimos e pelo que nos faz bem, a mudança só faz sentido e só pode ser boa. Adorei o teu post e achei super inspirador <3
    Beijinho

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