Na estante: O Diário de Anne Frank

sexta-feira, 19 de abril de 2019



Escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944, O Diário de Anne Frank foi publicado pela primeira vez em 1947, por iniciativa de seu pai, revelando ao mundo o dia a dia de dois longos anos de uma adolescente forçada a esconder-se, juntamente com a sua família e um grupo de outros judeus, durante a ocupação nazi da cidade de Amesterdão.
Todos os que se encontravam naquele pequeno anexo secreto acabaram por ser presos em agosto de 1944, e em março de 1945 Anne Frank morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, a escassos dois meses do final da guerra na Europa. O seu diário tornar-se-ia um dos livros de não ficção mais lidos em todo o mundo, testemunho incomparável do terror da guerra e do fulgor do espírito humano.

Vai-se vendo crescer a alma de uma criança, o ser mais puro e inocente. Há todo um crescimento gradual, porém também rápido, da mente de uma menina que só querer rir e brincar e aproveitar o ar fresco e a liberdade. Nota-se a menor importância que se dá a uma criança por parte dos adultos, por parte de toda a gente. Por menosprezar o olhar que a criança tem em assuntos de "maior complexo".
Este livro faz com que analisemos todo o nosso ser, toda a nossa atitude e ação, todos os nossos sentimentos perante algo, todos os nossos pensamentos sobre algo. Anne faz uma profunda análise ao ser que foi, que é e que será um dia. No fundo escreve sobre os seus sentimentos, mas de uma maneira tão profunda, transparente, limpa, crua. Vamos mudar muito a forma de ver o mundo. Vamos mudar muito a forma de ver as situações e o modo como reagimos a elas. Caramba, querida Anne, que grande propósito tiveste tu.



- os excertos que guardei para mim -

"Assim podemos encontrar-nos nas quartas e sábados, à tarde e à noite, e no domingo, à tarde, e talvez mais vezes ainda.
- Mas os teus avós não estão de acordo. Não deves fazer isso às escondidas.
- No amor ninguém manda."

"Uma coisa te vou dizer: se quiseres conhecer bem uma pessoa, tens de te zangar uma vez com ela. Só então é que podes julgá-la."

"Nada importa se pudermos salvar alguém, diz o pai, e tem toda a razão."

"Quanto a mim continuarei calada e fria e nunca terei medo da verdade. É sempre melhor não adiar o que se tem a dizer."

"Tiro os cortinados escuros da camuflagem, respiro um pouco de ar fresco pelas fendas até ficar bem acordada. Quando depois tiro as roupas da cama, já não sinto a tentação de deitar-me. Sabes como a mãe chama a isto?
."

"Quando o senhor Koophuis entra, nasce o sol"

"Mas digo-o como se se tratasse de um castelo no ar e não de um tempo que se tornará, algum dia, para mim realidade"

"O homem é grande de espírito mas mesquinho nas ações."

"Enquanto ainda há disto, pensei, um sol tão brilhante, um céu sem nuvens e tão azul, e enquanto me é dado ver e viver tamanha beleza, não devo estar triste."

"Para qualquer pessoa que se sinta só ou infeliz, ou que esteja preocupada, o melhor remédio é sair para o ar livre, ir para qualquer parte, onde possa estar só; só com o céu e com a natureza (...). Então compreende que tudo é como deve ser (...)."

"Foi o que compreendi, de repente, hoje de manhã, quando estava sentada junto da janela (...). Ao olhar lá para fora e ao reconhecer Deus na natureza, senti-me feliz, apenas feliz. Oh, Peter, enquanto esta felicidade está em nós, esta felicidade da natureza, da saúde e de muitas coisas mais, enquanto formos capazes de conservar tudo isto em nós, a felicidade voltará sempre de novo. Fortuna, fama, tudo podes perder, mas a felicidade do coração, ainda que por vezes esteja obscurecida, torna a vir enquanto viveres. Enquanto puderes erguer os olhos para o céu, sem medo, saberás que tens o coração puro, e isto significa felicidade. "

"Aquele que é feliz, espalha felicidade."

"O que poderá haver de mais belo no mundo do que olhar a natureza pela janela aberta, do que ouvir cantar os pássaros, sentir o sol no rosto e ter nos braços um rapaz muito querido?"

"O homem nasce com o instinto da destruição, do massacre, da fúria, e enquanto toda a humanidade não sofrer uma metamorfose total, haverá sempre guerras."

"Cada vez mais sinto como o meu espírito se desenvolve, sinto a libertação que se está aproximando, sinto como é bela a natureza e como é boa a gente que me rodeia."

"(...) sinto a falta de qualquer coisa de mais autêntico, e eu tenho a certeza de que essa coisa existe."

"Todos vivemos sem saber porquê e para quê, todos procuramos ser felizes, todos vivemos de um modo diferente e no entanto somos todos iguais."

"Como seria bela e boa toda a humanidade se, antes de adormecer à noite, evocasse os acontecimentos do dia que passou, se refletisse no que foi bom e no que foi mau."


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  1. É um dos meus livros favoritos de sempre!

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  2. É um dos livros que mais me marcou. Já o li duas vezes e gosto cada vez mais dele. Tenho a certeza de que Anne teria sido uma grande mulher!

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  3. Foi um dos primeiros livros que li e é um daqueles que guardarei para sempre na memória!

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  4. Um livro muito duro de se ler, especialmente quando já sabemos o fim trágico da história... Quero muito reler, mas talvez o faça na nova edição completa que por ai vem!!!

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  5. Li-o quando era miúda. Ficou-me gravado para sempre. Foi emprestado por uma amiga, mas acho que um dia vou ter mesmo de comprá-lo, para tê-lo na minha biblioteca pessoal e poder relê-lo um dia, com mais maturidade.

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