
Na verdade, foste a única amiga que tive. Tu sabes que eu não era muito dada a raparigas, sempre as achei parvas e ridículas, picuinhas demais e só falavam treta, embora tivesse tido uma ou outra, tu sempre te destacaste e sempre foste diferente - não na parte do ser "rapariga", porque lá muito "rapariga" és tu, só falas em maquilhagem e roupa bonita, já chegaste a ser parva e picuinhas, mas eras diferente no facto de saberes que nunca fui como os outros me pintavam, no facto de não te importares de ter tido namorados demais e de falar constantemente neles, no facto de ser demasiado chata quando implico num determinado assunto ou no facto de às vezes não me apetecer falar.Habituei-me a ter-te por perto e senti a tua falta. Já senti, muito, agora não sinto. Ou, se sinto, sinto pouco. Já me habituei outra vez. Como me diz a minha mãe "tudo na vida é uma questão de hábito".Dei o melhor de mim, e fiz o melhor que soube, no que toca ao respeito da melhor amizade que tive até hoje. Lamento as circunstâncias em que a vida te colocou. Lamento não ter ido à tua porta e só sair dali enquanto abrisses. Lamento não te ter ligado mil vezes ao dia nem te ter arrancado de casa à força. Tu própria não o quiseste e achei por bem respeitar. Por muito que fosse de encontro a ti, a distância que marcavas sempre foi crescendo. Até que chegou a isto. Até que chegou ao ponto em que decides dizer-me o quão má amiga fui.Talvez tenhas razão e eu não entenda. Mas acredita que é verdade quando disse que isso um dia vai passar, não totalmente, mas tornar-se-á mais leve, porque ainda tens muitas alegrias por viver, e vão haver mais dias memoráveis que te vão fazer escorrer lágrimas de felicidade pelos quais vale a pena ir contando os dias, os meses, os anos. Não te tiro a razão, só estou a contar que sejas feliz e que isso ocupe grande parte do teu coração.Já senti mais a tua falta, sabes. Mas acho que ainda moras num cantinho do meu coração.

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Olá Joana. Eu identifico-me em parte com este texto. Nunca fui de me dar muito com raparigas mas houve aquela que ficou sempre comigo, ficou sempre num cantinho do meu coração, embora não sejamos amigas já. Nós acabamos por nos separar por causa da vida, não houve chatices nem nada, foi a vida só, e a vida tem disso. Hoje em dia não sou uma pessoa de ter grandes amigos, raparigas ou rapazes, o que torna tudo um pouco mais solitário - sou o que se pode chamar de introvertida, o que não é algo que eu abraço e gosto que me caracterize.
ResponderEliminarSó para dizer que gosto muito dos teus textos, gosto muito da maneira com que tu escreves e gosto de me poder identificar com eles, gosto ainda mais da vontade que me dás de libertar o que vai cá dentro. Por isso, obrigada!
Olá! Não te preocupes, não és a única. Às vezes por não sermos lá muito sociaveis como toda a gente, sentimos que devemos ser o único ser à face da terra que não tem lá muitos amigos e que não consegue fazer amizades como toda a gente. Diz-me algo nas redes sociais ou via email, por mais introvertida que sejas ♥️ Obrigada por me leres
ResponderEliminarAchava até que não me dava bem com os rapazes, mas após 3 anos a conviver com 21 deles, descobri que afinal, todas as minhas amizades com raparigas não duraram muito mais por culpa minha também. A verdade é que não sei lidar com a maioria delas, com o drama gigantesco que fazem e também por ser sempre mais bruta do que as raparigas normalmente são. Curiosamente, após muito tempo sem dar-me com raparigas fiquei até de madrugada falando com uma e foi como se falássemos há anos e nos conhecêssemos como a palma das nossas mãos. Tudo porque ouvi um desabafo. Acho que até não sou assim tão má com amigas raparigas. Às vezes, relembro a minha ex melhor amiga e penso em como tudo acabou tão desastrosamente, mas tal como dizes na carta, acabamos por nos habituar e a deixar de sentir tantas saudades. Já não sinto saudades alguma e já nem sei como era falar com ela sequer. Há amizades que precisam terminar. E há tantas que começam e acabam diariamente. Gostei imenso! Beijinho
ResponderEliminarObrigada Carolina, um beijinho ❤
EliminarÉ triste quando alguém que foi\é tão importante para nós, não está mais presente na nossa vida como antes. Já perdi algumas amizades, acho que ao longo dos anos percebi que é normal, isto porque cada vez mais acredito que as pessoas vêm por um motivo, entram na nossa vida para nos fazer bem durante x tempo, mas quando chega a hora vão embora. É como se houvesse um prazo, sabes?
ResponderEliminarSe custa menos? Não. Se sinto falta de certas pessoas? Claro. Mas tento mentalizar-me que teve de ser assim e que sei que dei o meu melhor, mesmo que tenha errado em alguns aspetos.
Quem sabe, um dia, há pessoas que vão e voltam.
Gostei muito.
Beijinho
Também penso assim, nas lições que cada um deixa ao passar por nós num certo momento da vida, no entanto, relembremos que há amizades que ficam e que duram para "sempre", que não são apenas passagens. Esta, era para ser uma delas. Um beijinho :)
EliminarÉs como eu! Concordo totalmente! Estou sempre a dizer que nasci no tempo errado, que devia ter vivido, no mínimo, a adolescência nos anos 80! Passo a vida a ver filmes dos anos 90 e 2000 (porque são os melhores), e músicas idem. Um dia hei-de escrever sobre isto. Devíamos ir as duas para outra década como no Regresso Ao Futuro!
ResponderEliminarBeijinhos Inês!