
Eu sei que demora. Demora o olhar no espelho e sentir uma profunda harmonia na alma, e no corpo. Eu sei que é horrendo o sentimento de quem não consegue enfiar umas skinny jeans pelas pernas acima sem ficar a rebentar pelas costuras. Eu sei que é horrível a culpa que sentimos por comermos uma pizza de vez em quando ou de trincarmos um pedaço de chocolate. O mais horrível ainda, é vermos as referências da moda com metade do corpo que temos, ou com partes do corpo bastante realçadas naturalmente e que lhes dá um ar totalmente sensual. Já é mau o suficiente estarmos a tentar sobreviver neste mundo de tendências e padrões, de calças justas e decotes sobressaídos, de zero imperfeições e de maquilhagem diária. Vocês sabem, de raparigas bonitas, perfeitas e sensuais, que pouco ou nada se esforçam para sair de casa e arrebatar quem passe por elas.
Mas, sabem o que vos digo? Eu não as acho bonitas. Eu acho bonita a pessoa que se destaca da multidão por ser diferente, e hoje em dia isso não é difícil, nunca foi. Porque é como digo, estamos em constante sobrevivência neste mundo de tendências e padrões, de clones e carência de atenção. A pessoa bonita, eu acho que é aquela que não se esforça para que a notem, que não se esforça para caber nas skinny jeans, nem que se esforça para ser vista como um ser humano extremamente perfeito. Eu sei que é assim que o mundo quer, que é assim que o mundo é neste momento. Mas ainda existem os raros seres que são interessantes além aparência. Existem. E é isso que é bonito.
A pessoa bonita é aquela que aceita o corpo como casa, e que o respeita e honra acima de todas as coisas. E honrar não é necessariamente mostrar a toda a gente para sua aprovação. A pessoa bonita é aquela que nutre amor na própria pele e cuja maquilhagem considera desnecessária para que se realce qualquer pormenor, porque ela em si emana uma confiança tal que se nota em todo o gesto que faça. A pessoa bonita é a que veste o que quiser e o que a fizer sentir bonita e confortável, é a que veste uma camisa às riscas mesmo que ninguém o faça, é a que tem vontade de dançar independentemente da roupa que usa, porque não é isso que a faz feliz.
Sabem que, esta coisa das redes sociais nos anda a estragar a vida, com toda aquela gente que se pavoneia com a vida perfeita que tem e todos os perlimpimpins que encontrar para mostrar ao mundo, porque só assim é que se sente alguém. Mas esses realces no corpo de que vos falei, sabem que tudo depende da pose e do ângulo. Todos nós conseguimos ficar dignos de capa de revista com a pose, o ângulo, a roupa e a maquilhagem perfeitas. Todos. E esse padrão de gorda ou magra, não passa de um rótulo. Que quando demasiado magra já não é bonito, assim como gorda e demasiado gorda também não. Então toda a humanidade teria que ter determinadas medidas e estatura para se inserir no considerado padrão de beleza. NÃO! A menos que queiramos pertencer a esse núcleo de gente que não tem mais nada na vida para além da aparência.
É como uma gota num oceano a existência destas referências para quebrar o padrão, uma vez que somos constantemente bombardeados com toda esta falsidade humana. Mas o que é certo é que a pessoa bonita é aquela que se respeita a si própria e os próprios gostos. E esta fase de gostar do que os outros gostam para ser aceite, corrompe-nos a essência.
As referências bonitas do quebra padrão
a bonita Miriam que não deixa que ninguém lhe coloque o rótulo magra ou gorda
a lutadora Vânia do blog Lolly Taste que inspira amor próprio e expira harmonia em pleno por si própria depois de muitas dificuldades em aceitar o corpo que lhe pertence
a querida Carolina que é uma eterna defensora das mulheres, que vive bem com as suas próprias escolhas e pensamentos vincados, é quem dança por se amar e agradece por viver intensamente

Join the conversation!
Não podia ter concordado mais. Quando estava numa primeira fase da aceitação, li muitas vezes os textos da Vânia e ajudaram-me imenso. Acho que deveríamos mesmo parar de rotular tudo e todos. Cada ser humano é único, com as suas próprias formas/curvas. Não é o peso que define alguma coisa. E acredito mesmo que nisto da aceitação, tudo começa interiormente primeiro. Uma mente doente sempre achará que o corpo não é suficientemente bom. Há que curar a mente primeiro e só depois mudar os aspectos físicos (conscientemente, como é óbvio).
ResponderEliminarawwww minha querida obrigada por me destacares <3 tens uma alma linda e este post é pura ode ao amor proprio :) obrigada por o escreveres
ResponderEliminarCada vez que entro dentro destes temas lembro-me sempre de ti 🙏🏻💛
EliminarOs padrões e as tendências estão sempre a mudar porém no que concerne a aceitar cada indivíduo exatamente com todas as características que possui e que o destaca já não é contabilizado na sociedade. Todavia, pode ser que um dia o mundo veja o valor que cada um tem de verdadeiro .
ResponderEliminarhttps://sobomeuolhar7.blogspot.com/?m=1
EliminarCaso queiras espreitar o meu blog:)
Pois, e muitas das vezes o que o destaca, ao invés de o tornar único e apreciado por isso, acontece que é negligenciado por tal diferença. Um beijinho Ana Rita :)
EliminarMeu deus, que texto incrível, que inspirador!
ResponderEliminarQue se lixem os padrões, que se lixe o corpo perfeito. Somos tão mais que isso.
Obrigada por esta partilha, acho que precisamos de ler mais vezes coisas como estas.
Que se lixe! Ahah Obrigada Mary :)
EliminarNão te conheço. E sabes uma coisa?
ResponderEliminarÉs linda! És inspiradora!
Grata pelas tuas palavras, minha querida Carolina 🙏
Eliminar