Acerca de me aceitar

quarta-feira, 3 de outubro de 2018



Sempre gostei do meu corpo. Nunca tive guerras com a comida, dores de cabeça a pensar se comia ou não havia de comer qualquer coisa. No natal sempre comi os chocolates e os doces em cima da mesa sem peso na consciência, na Páscoa todos os chocolates eram bem vindos, nunca recusei uma fatia dos bolos de aniversário, e sempre tive uma boa relação com o espelho e com o meu corpo. O que, há uns anos atrás, se podia até dizer que era coisa de gente convencida, porque o que estava na moda era dizer que se estava gorda mesmo que não se apanhasse uma ponta de gordura.

Nos últimos tempos, tenho andado a notar diferenças no meu corpo, uma das grandes razões foi ter começado a namorar e a provar de tudo, agora tenho o hábito de repetir imensas vezes e de comer "fora de horas". Nos últimos tempos, as pessoas têm comentado que ando a ficar "cheiinha", "gorducha", e isso antes não me incomodava. Hoje, incomoda, e muito. Passei da rapariga que nunca ligou às imagens do espelho ou bocas de gente alheia, para aquela que não consegue deixar de ouvir tudo o que dizem sobre ela. E é aqui que temos que fazer alguma coisa.

Essas mesmas pessoas, antes, diziam que precisava de comer melhor, que estava muito magra. Hoje, dizem que estou gorda, até demais. Percebem? Nós nunca vamos estar "nos trinques" aos olhos de ninguém. É por isto que não nos devemos basear na opinião das outras pessoas. É por isto que devemos olhar-nos ao espelho e, se realmente nos incomoda a situação, mudar. Por nós. Mas acima de tudo, gostar primeiro. Porque não deixamos de ser quem somos pelo número que a balança nos mostra, ou pelo tamanho dos jeans. A sociedade criou um padrão tão vincado de pessoas super magras que só vestem 32, que vestir acima disso já parece que não somos deste mundo. Percebem o exagero disto? Não é o fim do mundo vestir o 38, o 42 ou o 48, ou outro número qualquer. As pessoas "magras" são bonitas assim como as pessoas "gordas". O que precisamos é de tirar da nossa cabeça o padrão que o mundo adotou, e de mais pessoas reais nas revistas e publicidade alheia da tv.

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  1. Concordo com tudo o que disseste, definitivamente que já estive mais magra, tal como já estive mais gorda, mas em ambas as situações não gostava de mim, agora nem magra, nem gorda, nem nada, sou eu e só eu, o meu corpo, dantes afectava-me muito o que as pessoas diziam, agora aceito-me e amo-me e acho que isso é o mais importante e o que todos devíamos ter, amor próprio.

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  2. Acho que não devia existir o rótulo de "magra" ou "gorda", nem de "boa" ou o oposto. Deviamos sim ter apenas o nome como rótulo, e pronto. Um beijinho

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    1. o problema é que por vezes o nosso eu interior não ignora e, como digo, aí torna-se altura de fazer alguma coisa, pois estamos a preocupar-nos com a opinião alheia

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  4. Passei de um 38 para 48. Antes de namorar, as pessoas criticavam-me porque tinha os ossos à mostra, porque me auto-mutilava e etc. Comecei a namorar e não fiz as melhores escolhas. Por consequência, engordei demais. Se já não gostava do meu corpo antes, tudo isso piorou. Atualmente, já tolero melhor, mas cada oscilação de peso (quando perco e depois engordo) é uma desilusão enorme. Por mais que faça, há coisas que levam mais tempo. Uns dias tenho autoestima em demasia, noutros tenho pouquíssima. Principalmente, quando falam de outras raparigas comigo. Sinto-me logo mal. É algo que terei de habituar-me. Cada corpo é um corpo. Não há corpos perfeitos. Beijinho

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    1. Olá Carol, minha fiel leitora ❤ eu sei que demora, e que é uma luta constante a de nos amar-mos. A Vânia do blog Lolly Taste fala sobre isso mesmo, devias passar por lá, as palavras delas são mágicas

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    2. Costumo passar pelo blog da Vânia algumas vezes e nalgumas delas sinto-me melhor. Mas lá está: há dias e dias. Muito obrigada 😊

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