Dezanove foram as vezes que Colin se apaixonou. Das dezanove vezes a rapariga chamava-se Katherine. Não Katie ou Kat, Kittie ou Cathy, e especialmente não Catherine, mas KATHERINE. E das dezanove vezes, levou com os pés.
Desde que tinha idade suficiente para se sentir atraído por uma rapariga, Colin, ex-menino prodígio, talvez génio matemático, talvez não, doido por anagramas, saiu com dezanove Katherines. E todas o deixaram. Então ele decide inventar um teorema que prevê o resultado de qualquer relacionamento amoroso. E evitar, se possível, ter o coração novamente destroçado. Tudo isso no curso de um verão glorioso passado com o seu amigo Hassan a descobrir novos lugares, pessoas estranhas de todas as idades e raparigas especiais que têm a grande vantagem de não se chamarem Katherine.
Este foi um daqueles livros no qual li o primeiro capítulo com aquele espírito de como quem está diante de uma floresta por descobrir. E os capítulos seguintes foram, cada vez mais, lidos aos empurrões. Um livro que era suposto ter sido devorado em, pelo menos, uma semana, demorei um mês (não parem de ler, as coisas vão aquecer).
É daqueles livros que desnudamos a história toda nas primeiras 10 páginas, perdemos o interesse, e colocamos de lado. Vamos lendo porque sim e não passa disso. Até que parece que se acende uma luzinha perdida pelo meio do enredo monótono, começamos a ir atrás e, finalmente, adoramos e só queremos acabar as outras 200 páginas em menos de 24 horas!
É daqueles livros que desnudamos a história toda nas primeiras 10 páginas, perdemos o interesse, e colocamos de lado. Vamos lendo porque sim e não passa disso. Até que parece que se acende uma luzinha perdida pelo meio do enredo monótono, começamos a ir atrás e, finalmente, adoramos e só queremos acabar as outras 200 páginas em menos de 24 horas!
O enredo é muito previsível e os diálogos não foram o que esperava, dado que já li outros livros do mesmo autor, pareceu um pouco simplista demais, com cenas meio paradas e sem muitas surpresas mas, no final de tudo, tem uma grande moral por detrás disto. Só acho que o público específico para este livro são os adolescentes.
Bem, a personagem principal, para além de viver preso a equações, livros e estudos de línguas por ser um miúdo prodígio, sonha em tornar-se um génio (sim, prodígio e génio são duas coisas distintas, vão aprender muito com este livro, acreditem!) para que toda a gente o recorde e se torne importante, vive colado ao passado por ter sido deixado por todas as namoradas. O coração despedaçado resultou então numa viagem por aí com o melhor amigo. O destino era aleatório, e eis que o local onde chegaram viria a ser o que daria todas as respostas pelas quais procurava - entre outras coisas que não vos vou contar, senão aí é que perde a graça toda. Movido pela ambição de se tornar importante, descobre, na altura exata, que a infinidade do futuro engolir-nos-à a todos, que não há importância que se dê que seja possível arrastá-la para todo o sempre. No entanto, descobriu que existem histórias, e que as histórias mudam tudo, que talvez sejam o único caminho para a importância infinita que perseguia há tanto tempo. E passo a citar: "suponhamos que eu conto uma história, contá-la muda um pouco as outras pessoas, tal como vivê-las me mudou a mim. (...) Eu serei esquecido, mas as histórias permanecerão para sempre no futuro. Eu contribuo para a história infinita. (...) Por isso, todos somos importantes - talvez menos do que mais, mas sempre mais do que nada."
o meu excerto preferido:
Os livros são a melhor coisa de Pessoas Que São Deixadas: interrompemos a leitura e eles ficam para sempre à nossa espera; se lhes damos atenção, retribuem o amor.


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Quando comecei a ler esse livro, aconteceu me a mesma coisa. Parei porque não o achava interessante e deixei o na prateleira por alguns meses, até decidir voltar a ler. Não é um dos melhores livros que já li, mas até que gostei dele.
ResponderEliminarNunca li John Green. Da-me impressão que os livros dele são mesmo para adolescentes ou nao?
ResponderEliminarJá li dois, e foram dois dos melhores livros que alguma vez li. Ficamos tão enrolados na história que criamos laços com as personagens, e deixá-las é difícil. Agora, depende dos livros, este por exemplo não deixou muito a desejar. Os outros dois que adorei mesmo muito foram "A Culpa é das Estrelas" e "À Procura de Alaska".
EliminarAcho que o John Green tem livros mais bonitos. Não li este, mas os outros (a não ser A Culpa é das Estrelas – o meu preferido) parece que sabem a pouco. Mesmo sendo para adolescentes, acho que não era necessário tanta “enrolação”. Gostei imenso dos excertos que colocaste. Uma coisa que aprecio nos livros dele é as lições de moral que nos fazem refletir imenso. 💛
ResponderEliminarEle tem livros bons, e atirei-me de cabeça de tal forma que comprei mais livros dele a pensar que seriam +/- iguais. Mas este é um dos que deixa a desejar.
Eliminartambém já li e gostei mas também senti o mesmo que tu com este livro, apesar de ter quase todos os livros dele e gostar sempre de os ler e achá-lo incrível!
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